Sou todo fingimento.
Cumprimento a quem desprezo,
aperto a mão de quem detesto
e sorrio para os falsos
igualmente.
Almoço cinicamente com
honestos da pior espécie e
aceno amistosamente aos
que maquinam minha derrota.
Ouço em silêncio respeitoso,
os falsos profetas
e os eternos salvadores da pátria.
Conheço os traidores
de todas as causas
e os que caluniam como ofício.
Compartilho realizações
com aventureiros de última hora.
Bebo, socialmente,
com os desonestos
mais empreendedores.
a mão, dissimulada, me urbaniza
a mão, estendida, me envenena.
Um comentário:
É a consequência do ser político do homem - revelado a tantos anos atrás por Aristóteles.
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