sexta-feira, 15 de junho de 2007

A República dos lambaris

Desde que Cabral aportou por aqui, num descobrimento que dizem tão falsificado quanto as prestações de conta do Presidente do Senado- vitima de ter relaxado e gozado com uma jornalista que, dizem as más línguas, apresenta vasto currículo no assunto-, que o Brasil se comporta como uma nação embananada.

Nossos imperadores, tal como hoje, estavam mais interessados nas estripulias de alcova do que na administração central. Mudamos de regime sem mudar de apetite e nos tornamos mundialmente conhecidos pelas passistas, mulatas, e outras especialistas no ziriguidum intímo, nos tornando uma nação famosa pelo turismo sexual, combatido na superfície e tolerado na realidade.

Nesta promiscuidade administrativa lobistas emprestam apartamentos a senadores , casas de encontros proliferam na capital federal e empreiteiros dedicam-se a fazer coisas de arrepiar com os fundos e as verbas públicas, levando a completa desmoralização do Executivo, Judiciário onde se vende sentenças como eram vendidas na antiguidade as indulgências, e do Legislativo, espaço desmedido de golpes, falsidades, prevaricação, safadezas, privilégios insaciados que nem as damas mais vorazes dos cabarés são capazes de competir.

Enquanto a moral dos nossos homens públicos se esfacela com meia dúzia de escutas e todos os amigos, compadres, seguranças, churrasqueiros, filho, irmão, ministros do presidente são apontados em falcatruas de fazer inveja ao Código Penal, o nosso líder segue com suas declarações de bodega, seu beija-mão em corruptos históricos.

Por último, em meio a devassidão administrativa em que se encontra as instituições públicas o presidente vem reclamar que a mídia não fala bem do país, sugerindo que nos tornemos um bando de zumbis ou Polyanas, enquanto somos saqueados tributalmente e vemos a saúde, a educação, a segurança, habitação, e estradas, relegadas ao lero-lero de sempre, aos supositórios de propaganda. Talvez por isso, porque a fantasia tropical estabelecida por nossa beleza física natural, nossas mulheres esplendorosas, nossa vocação para a festa e o supérfluo, não corresponde a realidade criminosa, cruel, estagnada, o governo se dedica agora a desperdiçar milhões numa TV pública que renda loas ao ego do senhor chefe.

Tal qual a nação miserável que se contentava com as quinquilharias do bando de Cabral os excluídos de hoje levam seu espelhinho na forma de bolsa família e como os índios forneciam a riqueza dos portugueses em pau-brasil, agora eles entregam em votos nas urnas e aceitação nas pesquisas, garantindo uma impunidade administrativa que este governo e usa base aliada, ou negociada, como preferirem, não merece.

Enquanto, anestesiados, desiludidos, ou em mutação darwinista ao avesso, regredimos a uma conformação bovina, sua santidade e seus inoperantes ministros esbaldam-se em não ter senso de medida.

Não bastasse o pasmo diante de um governador que declara não se lembrar do que fazia numa lancha pois tinha tomado umas cervejas e que, esquecendo o passado sindical, bate forte no professorado que o elegeu, temos um presidente que sugere, diante das câmeras do mundo, trancar a Secretaria de Segurança americana com nossos ministros para que eles encontrem o ponto G, e uma ministra do Turismo que diz que o turista que sofre horrores no caos de nossos aeroportos deve relaxar e gozar. Como podemos acabar com o turismo sexual se a linguagem libidinosa parece ser a tonica de nossos dirigentes?

Mas, enquanto vivemos a montanha-russa dos escândalos de corrupção eis que vem o presidente da República em defesa do irmão lobista de “dois paus” e diz que o mesmo é um lambari no meio de pintados. Precisamos urgente, companheiros, estabelecer uma política afirmativa que preserve o direito dos lambaris de serem pintados, um dia. Séculos e séculos desta política opressiva e favorecimento a elite dos pintados tem que ser revista. Precisamos estabelecer cotas nas verbas ministeriais, nos acordos secretos, nas compras de voto, em favor dos inocentes lambaris.

Eu, particularmente, sugiro o Ministério da Valorização e Igualdade dos lambaris e uma verba para a organização de uma Parada dos Lambaris Oprimidos na Avenida Paulista. Até porque, o Mangabeira vem aí. E precisa de uma pasta...

Um comentário:

Anônimo disse...

Tudo acontece na terra dos Bruzundangas! E viva a libertinagem e o COngresso Sexual! Viva a putaria com o dinheiro público!

E nós, palhaços, ainda votamos!

Bem feito, bem feito!

Nunca mais, político nenhum há de ver meu voto!

Boa crônica, Cesinha ! :*