quarta-feira, 20 de junho de 2007

Urbano

Sou todo fingimento.
Cumprimento a quem desprezo,
aperto a mão de quem detesto
e sorrio para os falsos
igualmente.

Almoço cinicamente com
honestos da pior espécie e
aceno amistosamente aos
que maquinam minha derrota.

Ouço em silêncio respeitoso,
os falsos profetas
e os eternos salvadores da pátria.
Conheço os traidores
de todas as causas
e os que caluniam como ofício.

Compartilho realizações
com aventureiros de última hora.
Bebo, socialmente,
com os desonestos
mais empreendedores.


a mão, dissimulada, me urbaniza
a mão, estendida, me envenena.

Um comentário:

Anônimo disse...

É a consequência do ser político do homem - revelado a tantos anos atrás por Aristóteles.