Hoje topei com alguns
conhecidos meus
Me dão bom-dia [bom-dia], cheios de carinho;
dizem para eu ter muita luz
e ficar com Deus
Eles têm pena de eu viver sozinho
Hoje a cidade acordou
toda em contramão
Homens com raiva,
buzinas, sirenes, estardalhaço
De volta à casa, na rua
recolhi um cão
que, de hora em hora, me arranca um pedaço
Hoje pensei em ter religião
De alguma ovelha, talvez,
fazer sacrifício
Por uma estátua ter adoração
Amar uma mulher sem orifício
Hoje, afinal, conheci o amor
E era o amor, uma obscura trama
não bato nela, não bato
nem com uma flor
mas se ela chora, desejo-me em flama
“Querido diário”
Hoje o inimigo veio,
veio me espreitar
Armou tocaia lá
na curva do rio
Trouxe um porrete, um porrete a “mode” me quebrar
mas eu não quebro não, porque sou macio.
Ouvir aqui:
http://letras.terra.com.br/chico-buarque/1911622
segunda-feira, 27 de junho de 2011
sábado, 25 de junho de 2011
Declaração
Darei amor verdadeiro as prostitutas que cobram por sua hora de mentiras,
amarei imortalmente as interesseiras e as que mentem da forma mais sincera,
me abandonarei nos braços das mulheres fáceis e daquelas sem memória no dia seguinte
e permitirei que minha alma seja irremediavelmente tomada por aquelas a quem desprezo,
escreverei versos de paixão às que fizerem do meu sexo, a sua repulsa,
guardarei entre os guardados de uma vida toda a infame que me roubar a fé definitivamente e o linho de
meu coração, para que, assim, me impeçam de continuar a ser teu ...
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