Abraço miragens. Arrodeio imaginários. Velo, devoto, as vontades vãs e caço as rotas do que te enlouqueçe. Atiço palavras ao teu ouvido como quem se lança na única tábua de salvação. E nem sei quem tu és...
A tua pele onde minha mão adormeçerá instintos e a boca aplacará fomes ancestrais não terá aceiros nem margens, ou pudores. Não conhecerei tuas santidades, nem recatos. E, no entanto, pode ser que nem existas...
Sei dialetos. E perdições. Desconheço remissões para oferecer, mas , apesar disto, planto as flores mais vermelhas em Setembro, me lavo de orvalho do capim, conheço os bichos da roça e ando de pés descalços na terra. E, nem prevejo se não antes de tarde demais, virá...
Não te espero, nem parto contigo. Nada tomo que não seja meu na tua vinda. Mas celebro os rituais mais sagrados e entrego as oferendas mais sinceras de mim pela tua concessão. E nem sei se tu, nua, é real...
Te farei altar de festas pagãs e devoções de amor. Que não pede, nem exige, apenas se faz.
Te sagrarei. Para te contar minha história do mundo. Se soubesse teu nome e quizesses ouvir...